A bovinocultura de corte tem se destacado na economia
nacional e vem assumindo posição de liderança no mercado mundial de carnes. O
Brasil possui hoje o maior rebanho comercial do mundo; é o segundo maior
produtor mundial de carne bovina, com cerca de oito milhões de toneladas, e a
partir de 2003 passou a ser o primeiro exportador mundial, com destaque tanto
no comércio de carnes frescas como no de industrializadas. Diversos fatores
foram determinantes para a conquista da liderança brasileira no comércio
internacional da carne bovina. Em primeiro lugar, podem-se destacar as ações
desenvolvidas em prol da erradicação da febre aftosa que resultaram na melhoria
da percepção de qualidade do produto pelos países importadores. Outra
característica adicional de valorização foi a constatação da produção de
alimento seguro, uma vez que a maior parte do rebanho brasileiro é alimentada
em pasto. Outros fatores, como solo, clima e recursos humanos, passaram a
constituir vantagens comparativas que, somadas à extensão territorial, têm
permitido ao País oferecer, aos mercados nacional e externo, carne bovina de
alta qualidade, em volumes crescentes e a preços competitivos.
EXPORTAÇÃO
Além desses fatores, as iniciativas de rastreamento da carne
bovina destinada à exportação, especificamente para a União Européia, têm
contribuído de maneira significativa para o atendimento das expectativas dos
consumidores internacionais, quanto à segurança dos alimentos. Para assegurar a
qualidade e a segurança dos alimentos, grupos de consumidores, organizações não
governamentais (ONGs) e redes de supermercados, ligadas ao comércio nacional e
internacional de carnes, têm exigido dos seus fornecedores a implantação de
processos de controle de qualidade, certificando que os produtos ofertados
estão de acordo com as normas e exigências do mercado. Destes, pode-se destacar
o sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), conhecido
internacionalmente como HACCP.
CONTROLE DE QUALIDADE
Os princípios desse
Sistema, além de garantir a produção de alimentos seguros à saúde do
consumidor, são também utilizados nos processos de melhoria da qualidade do
produto final, em vários países. Ele tem como pré-requisito a implantação das
Boas Práticas no campo, como também na indústria e nos demais elos da cadeia
produtiva da carne bovina. Outra exigência de mercado, além da qualidade do
produto, refere-se à sustentabilidade dos sistemas produtivos, ou seja, aqueles
que respeitam as leis ambientais são socialmente justos, economicamente viáveis
e proporcionam bons tratos para com os animais. Um dos principais objetivos
desta publicação é o de conscientizar os produtores rurais sobre a necessidade
de se disponibilizarem para o mercado consumidor, alimentos seguros com
atributos de qualidade de interesse do consumidor e com preços acessíveis e
garantir assim a inserção definitiva e a manutenção do Brasil no mercado
mundial de carnes. A implantação voluntária das Boas Práticas Agropecuárias
(BPA) irá também possibilitar a identificação e o controle dos diversos fatores
que influenciam o processo produtivo, tornando-o mais competitivo e seguro,
ampliando as possibilidades de conquista de novos